Estante do Refúgio: julho 2015

24/07/2015

Como enfrentar o uso de drogas no Brasil? - Dissertação argumentativa


Qual o problema: o traficante ou o usuário?

Se há um problema que enfrentamos no Brasil é o uso das drogas ilícitas. Mesmo conscientizados das consequências do produto (como dependência, taquicardia, desidratação, depressão, abstinência, parada cardíaca, surtos psicóticos, degeneração de células cerebrais e convulsões) as pessoas, infelizmente, usam, viciam e fazem coisas insanas para conseguirem as drogas detestáveis. Mas por que isso acontece? O que podemos fazer para que isso não ocorra? 
Vamos imaginar que estamos em uma situação precária, sem amor nenhum, sofrendo racismo e desabrigado. Como todos sabem, as drogas provocam alucinações, relaxamento, perca da noção... a princípio a sensação é boa, claro que é, afinal, se não fosse, por que usariam? Caso alguém nos ofereça uma vez e aceitamos, vamos perceber que aquilo é melhor do que nossa vida real. Ah! Chegamos no núcleo da questão: o problema não são as drogas ou o traficante, o problema é a desigualdade, a marginalização, a pobreza. Podemos provar esse fator com dados concretos: o maior local de uso do Crack, por exemplo, no Brasil, é no Nordeste, onde a situação da grande maioria é de extrema pobreza, e no Sudeste, onde podemos ver extremas desigualdades.
Logo, teremos usuárias grávidas que, ou partirão para o aborto, ou ensinarão as crianças a traficar ou usar desde pequenas; teremos o aumento da prostituição e, assim, o aumento de pessoas com doenças sexualmente transmissíveis; e mais: teremos um problema nato, que, não começa somente depois que nos oferecem, e sim dentro de casa, quando os pais da criança usam a muito tempo drogas "pesadas". O resultado seria claro: nossa nação seria composta de drogados e, consequentemente, bandidos. 
Assim, facilmente, podemos concluir que a solução seriam as chances: as crianças e jovens precisam de mais oportunidades no meio de tanta desigualdade, não bastam palestras nos mostrando quais são as consequências, afinal, todos nós sabemos que é errado o uso, se não, não seriam chamadas "drogas ilicitas". É preciso investir mais na educação para que os mais pobres também consigam se formar, passar em faculdades boas e garantir um emprego de sucesso. Vamos parar e pensar, o que é um país sem uma boa base educacional?

- Amanda Volpato

Redação avaliada como 560 pontos.

22/07/2015

A desigualdade entre homens e mulheres no Brasil - Dissertação argumentativa

Subordinação da mulher

Não é de hoje que sabemos que vivemos em uma sociedade extremamente machista. Tanto na escola, quanto no trabalho ou em casa, mulheres sofrem inúmeras e absurdas situações de discriminação ou desigualdade. Mas por quê? Por que a sociedade é desse jeito? Por que as pessoas discriminam mulheres sendo que, se elas não existissem, ninguém mais existiria?
No Brasil, pessoas do sexo feminino recebem, em média, apenas 54% dos salários dos homens. É claro que algumas trabalham, formalmente, bem menos que eles, mas nem todas, e devemos levar em consideração o fato de que mulheres têm menstruação, hormônios desregulados, problemas, tanto do marido quanto da família em geral, para resolver, limpar a casa (ou checar se a empregada doméstica fez o serviço da maneira correta), cozinhar, passar roupa, educar o filho, conferir como seus filhos estão na escola e muito mais. Pesquisas indicam que se levarmos em conta todos esses fatores, mulheres trabalham, em média, 65 horas, bem mais que homens, que trabalham cerca de 50 horas.
Além de tudo isso, temos que escutar insultos a respeito dos nossos comportamentos, roupas ou modos de agir. Por que nunca ouvimos "Nossa, aquele menino não valoriza o próprio corpo"? Por que meninos são 'pegadores' e mulheres são 'vadias'?
A solução para esse tipo de problema é muito complicada, principalmente porque essa parte da educação vem de dentro de nossas próprias casas e famílias. Desde quando somos apenas um bebê dentro da barriga de nossas mães, o campo de visão dos pais já é alterado: se for menina, o pai já morre de ciúmes e diz que nunca poderá namorar; já se for do sexo masculino, o pai já pensa no time de futebol para o qual ele torcerá e quantas meninas ele beijará para poder gerar uma espécie de orgulho ao pai. Também devemos lembrar que essa desigualdade surgiu desde os princípios: no filme “Era do fogo”, que nos mostra como eram os primórdios da raça humana, antes mesmo de falarmos, podemos ver que o homem já tinha um poder de escolha maior. E na bíblia? Da onde a primeira mulher, Eva, foi criada? Da costela de um homem. Percebem como somos subordinadas aos homens desde muito tempo atrás?
Acreditamos que em um futuro muito distante, talvez, possamos ser consideradas iguais, mas isso teria que começar com campanhas e palestras de conscientização da importância da mulher em nossas vidas. As campanhas não precisariam ser somente nas escolas, mas também em toda a mídia. As manifestações também seriam muito importantes para esse passo tão grandioso que seria a conquista da igualdade e respeito.
Assim, podemos concluir que precisamos da ajuda de todos para combater esse terrível problema que nos atormenta diariamente, mesmo que pareça quase impossível jamais poderemos desistir pois, se não nós, quem lutará?

- Amanda Volpato

Redação avaliada como 560 pontos.

20/07/2015

Variedade Linguística: o “Certo” e o “Errado” na Língua - Dissertação argumentativa


É errado falar "elado"?

Um assunto muito debatido é o fato do "certo" e "errado" da Língua Portuguesa: há os que dizem que falar "Nóis vai ali" é errado e há os que acham que trata-se apenas de uma variação linguística. Mas será mesmo uma variação? Será que a educação justifica a fala "errada" (se é que podemos falar assim)? 
Antes de tudo, precisamos distinguir a cultura de uma região, que engloba sotaque e maneiras diferentes de falar, dfalta de base escolar. Se alguém escrever "craro", em vez de "claro", em uma redação escolar é evidente a falta de base educacional em sua vida; isso jamais poderia ser justificado como uma variação linguística. Agora, se escreverem "oxente, Maria", seria algo explicado pela cultura e pelo local em que habita, afinal, nenhuma região é igual a outra, cada uma têm tem uma essência, pois vivemos em um país onde a sua identidade é a mistura de três outras (africanos, europeus e índios).
Sabemos que existem preconceitos quanto a isso, mas também devemos nos conscientizar que o contato com gírias e palavras novas sempre vai causar um estranhamento a princípio, pois é algo que foge ao padrão, logo, nem sempre que alguém disser "nossa, nunca ouvi essa palavra", ou algo do tipo, será com intenção de gerar um envergonhamento ou preconceito com o outro. 
O problema é quando os outros "tiram sarro" e fazem piadinhas por acharem que a pessoa está falando gramaticalmente errado, mesmo que não esteja. Por isso, acreditamos que a elaboração de uma campanha sobre respeito ao próximo seria fundamental para esse tipo de ocasião. Outra coisa que auxiliaria muito seria o reforço na área educacional, afinal, se tivermos uma boa educação ninguém falará de maneira incorreta e qualquer palavra nova não será interpretada como falta de educação, ou então "burrice", diminuindo o constante problema de preconceito linguístico.
Concluindo, jamais devemos nos envergonhar de falar uma palavra nova que faça parte de nossa educação; todos somos uma fonte de conhecimento e é assim que passamos hereditariamente nossa cultura, sendo possível conservá-la, cultivando ainda a cultura da nossa nação que é rica em diversidades. 

- Amanda Volpato

Redação avaliada como 920 pontos.

18/07/2015

O vestibuar é justo? - Dissertação argumentativa


Igualdade X Justiça


No dia a dia, podemos ver muitos questionamentos sobre os vestibulares, se são justos ou não e se medem realmente a capacidade de um aluno. Afinal, a habilidade de decorar fórmulas é realmente mensurar o tamanho do conhecimento de alguém?
Não é de hoje que sabemos que nosso país tem tacanhos investimentos escolares. Os colégios públicos são de baixa qualidade e pouco valorizados, causando descontentamento não só nos cidadãos, mas também em professores que são tão pouco respeitados e apreciados, ainda que sejam o pilar de uma nação. Agora pensemos: um local de tão baixo aproveitamento estudioso vai conceder uma boa base para os alunos passarem em uma faculdade pública?
Que os melhores candidatos são os que passaram por escolas particulares e cursinhos preparatórios não nos restam dúvidas. É quase nula a probabilidade de aceitação em uma faculdade se o candidato estudou apenas em escolas públicas. Por isso, foram criadas as cotas que visam a bonificação de estudantes vindo de escolas do governo. Analisando melhor, saímos de uma injustiça e caímos em outra: e os alunos que estudaram tanto e vieram de uma rede particular? Terão menos chances? Que culpa eles têm se o governo não oferece uma boa educação aos demais?
Por isso, com pouca investigação, podemos concluir que o problema da desigualdade nos vestibulares está lá no ensino fundamental: o governo não nos dá uma boa base de estudos para passarmos em faculdades que também são do governo, isso não é irônico? A solução é clara, porém cara: é preciso um estudo de qualidade a nível suficiente de conseguirem entrar em faculdades boas, formando cidadãos de sucesso e, logo, uma nação triunfante. Pitágoras já dizia: “Educai as crianças e não será preciso punir os homens”. 

- Amanda Volpato

Redação avaliada como 760 pontos.


Pessoal, essa é uma nova coluna do blog: dissertações argumentativas (isso mesmo, o estilo de texto do ENEM) que venho escrevendo e mandando para um professor da USP/Unicamp. É um curso online que faço para as famosas redações, caso se interessem podem deixar aí nos comentários que explico certinho como funciona esse curso em outro post.
Espero que gostem, beijos da Mands!

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